Quando eu era criança, brincava de barbie, de carrinho, de Lego, jogava bola, pulava corda. Os meu brinquedos e os do meu irmão eram praticamente os mesmos e eu nunca ouvi dos meus pais que um brinquedo x era de menina e outro y era de menino.
Lá pelos 5 anos, meu pai percebeu que eu gostava muito de F1 e passou a me acordar toda vez que tinha treino ou corrida, para assistirmos juntos. Por outro lado, meu irmão sempre odiou futebol. Eu nunca ouvi dos meus pais que meninos deveriam se interessar por esportes e meninas, não.
Aos 9 anos, eu disse pra minha mãe que queria cortar meu cabelo curto e ela disse que eu podia usar o cabelo do jeito que eu quisesse. Mais tarde, quando eu comecei com meus cabelo malucos, ela me ajudava a pintar e retocar. Ela também foi comigo quando eu fiz meu primeiro piercing e minha primeira tatuagem.
Meus pais nunca me forçaram a seguir nenhuma religião. Eu sempre fui livre pra fazer minhas próprias escolhas e nunca ouvi nenhum tipo de julgamento por ser ateia.
Aos 17, contei pra minha mãe que era bissexual e ela disse que me amava, que queria que eu fosse feliz e que eu podia conversar com ela sobre tudo. E eu converso.
O que eu quero dizer com isso é que eu cresci numa família sem nenhum tipo de preconceito e só recentemente caiu a ficha pra mim de que nem todas as famílias são assim. Eu costumava achar que essas famílias que não aceitam os filhos gays, que criam as filhas para serem submissas, etc. eram a exceção. Eu vivia numa bolha e meu mundo era lindo, cheio de arco-íris, unicórnios e aceitação.
O foda é que quando você abre os olhos, você começa a ver o machismo e a homofobia em todo lugar e isso tem me deixado muito brava. Brava por não ter visto isso antes, por não ter começado a lutar antes e brava porque eu não quero que a minha família seja a exceção.
Então é isso. Vou continuar compartilhando mil posts sobre feminismo e vou votar em candidatos pró-LGBT.
Vlw, flw. o/