O triste nisso tudo é tudo isso; Quer dizer, tirando nada, só me resta o compromisso com os dentes cariados da alegria, com o desgosto e a agonia da manada dos normais.
O triste em tudo isso é isso tudo; A sordidez do conteúdo desses dias maquinais e as máquinas cavando um poço fundo entre os braçais, eu mesmo e o mundo dos salões coloniais.
Colônias de abutres colunáveis. Gaviões bem sociáveis vomitando entre os cristais, e as cristas desses galos de brinquedo, cuja covardia e medo dão ao sol um tom lilás.
Eu vejo um mofo verde no meu fraque e as moscas mortas no conhaque que eu herdei dos ancestrais; E as hordas de demônios quando eu durmo, infestando o horror noturno dos meu sonhos infernais.
Eu sei que quando acordo eu visto a cara falsa e infame
como a tara do mais vil dentre os mortais e morro quando adentro o gabinete, onde o sócio o e o alcaguete não me deixam nunca em paz
O triste em tudo isso é que eu sei disso; Eu vivo disso e além disso eu quero sempre mais e mais.
Sérgio Sampaio