Os engenheiros químicos do centro de pesquisa de nossa empresa conseguiram sintetizar a esperança.
Na verdade eles estavam tentando sintetizar a felicidade.
Não deu certo. (Ainda!)
Por enquanto, vamos mesmo ter que produzir, embalar e distribuir a esperança.
Seu potencial comercial não é tão grande quanto o da felicidade. Os consumidores sabem, ah, eles realmente sabem que a esperança só interessa a quem ainda não conseguiu a felicidade.
Mas daremos um jeito, precisamos mudar isso.
Eu sei, eu sei, nosso departamento de marketing terá que rebolar.
no final tudo dará certo. Não há opinião pública que resista a uma vigorosa e cara campanha publicitária.
Além disso, será por pouco tempo.
Só até a gente conseguir sintetizar a felicidade.
Ou o amor, ah, se nossos engenheiros químicos conseguissem sintetizar o amor! Isso seria excelente para os negócios.
O que foi? O que disse? Os chineses acabam de patentear a fórmula do amor?!
É a falência. O Ocidente está perdido! Perdido! PERDIDO!
Nossa única esperança é ela: a Felicidade.
Vamos vender a Esperança, mas por ora vamos escrever bem grande na embalagem: FELICIDADE. Em vermelho.
Será por pouco tempo, Só até a gente descobrir a verdadeira felicidade.
No final tudo dará certo.
Não há opinião pública que resista a uma vigorosa e cara campanha publicitária.
Nelson de Oliveira